sábado, 15 de fevereiro de 2014

TEMPO E INTEMPO

TEMPO E INTEMPO

É tempo de estiada, o sol incide sobre nós teus raios luminescentes;
É tempo de entoada, de repensar nossos passos, refletir a razão;
É tempo de enjoada, será que podemos rever todas as comiserações;
É tempo de entocada, recôndito asilo de quem não quer exposição;
É tempo de caminhada, olhar passo a passo e rever nossas posições;

Quando o sol aquece, muitos esquecem as necessidades desta combinação;
Quando o sertanista canta lamentos do solo rachado, a falta da água no seu rincão;
Quando o descontente clama, de nada adianta dó, nem pena, só resta solução;
Quando o enclausurado entra no seu casulo, receia expor sua opinião;
Quando norteamos nossos passos é preciso ter convicção;

Sol escaldante, chuva fina, dia frio, mistura perfeita para toda forma de vida;
Solo estéril, nada brota ou germina, seca, estiagem, cobre o sertão;
Solidariedade,  de nada adianta  dar o peixe sem ensiná-los a pescar;
Solitário, exclui-se em meio ao turbilhão de fatos, sabem não ter persuasão;
Sofismar, lograr o êxito, não permitir que outros possam prosperar;

Intento maldito, perfídia profana emergente após ocaso do sol;
É tempo de gerar ação, de ouvir os cantos, lamentos de sofreguidão;
O tempo passa, deixa suas marcas, são vidas submetidas a execração;
Resiste semelhante ao cacto, em meio a desertificação;
Ruminam, buscam condições ideais para superarem a tal exclusão;

Sertanejos choram as perdas, esperam pelas  águas da precipitação;
São todos frutos da terra, solo árido, rachado pela falta de vegetação;
Não há olhares  para vê-los, suas vidas perecem em sonhos pela salvação;
Confia toda sorte aos céus, suplícios, murmúrios queixosos, são dores de lamentação;
Caminham debaixo da luz do sol, incidindo suas sombras esguias diretas ao chão.
 


Poema escrito pelo Profº  Rosalvo Silva Filho
Formado em Ciências Físicas e Biológicas pela Faculdade Profº José A. Vieira
Latus Sensus em Saúde e Meio ambiente pela Universidade de Lavras                          

Formação Acadêmica em Matemática pela Unioesp.

Um comentário:

  1. Haverá um dia que o meu sertão vai virar mar e o mar virar sertão, ai aqueles que fecharam seus olhos para não ver, verá o que é ser sertão.

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