sexta-feira, 10 de abril de 2015

MINHA VESTE


MINHA VESTE                 

Indumentária que cobre;
Tecido rasgado pobre;
Envolve o corpo esguio;
Beirando a falência nobre;
Pena medir-me a veste;
Nem sabe o que trago comigo;
Quem sabe meu riso reveste;
O brilho da joia que ocupa.

Disfarça olhando ao redor;
Não  encara o simples singelo;
Criaste os teus critérios;
Impera a barreira profana;
Persiste no erro tirano;
Insulta impondo padrão;
Pra que serve teu ouro;
Se não sabe garimpar tesouro.

Para que tanta prata e cobre;
Se o amor não há bens que descobre;
Pensei em por remendo novo na minha veste velha;
Nem a veste fica nova;
Nem o remendo fica velho;
Ornamento que ostenta, desiguala;
Cria o abismo no mundo;
A vala é comum a todos.

Não importa seus dotes em vida;
Segue o cortejo e jaz;
Será lembrado em teus dias;
Como quem dissuadiu a paz;
Presunçoso e imperativo;
A muito se viu a traição;
Foram trinta moedas de prata;
O preço da crucificação.

Togas e coroas  ignoraram;
As vestes simples, o jeito puro de amar;
Nunca antes ouviram explicitar tanto amor;
Prefacio da vida de um rei;
Cuja coroa moldada em espinho;
Na cruz estampado com escarninho;
Jesus Cristo, rei dos judeus;
Quem o viu nas tuas vestes.

Tão simples cingida a mão;
Apresentado ao mundo;
Ignorado pelos fariseus;
Temido pelos sacerdotes Judeus;
Desdenhado por Pilatos;
Condenado ao flagelo;
População influenciada pelos  anciões;
Absolve o ladrão e condena o filho de Deus.

Calvário e cruz foi o fim de Jesus;
Pai, Filho e Espirito Santo;
Em um só corpo  se fez;
União  que jamais se desfez; 
O perdão ao mundo Jesus concebeu;
Por onde passou a paz propagou;
As vestes separam o nobre do plebeu;
Rico e pobre lado oposto muralha ergueu.

Poema escrito pelo Profº  Rosalvo Silva Filho
Formado em Ciências Físicas e Biológicas pela Faculdade Profº José A. vieira
Latus Sensus em Saúde e Meio ambiente pela Universidade de Lavras
Formação Acadêmica em Matemática pela Unioesp.