terça-feira, 28 de janeiro de 2014

O PÉ DA SERRA

                                       O PÉ  DA SERRA

Naquele pé de serra eu tão miúda, mas era gente;
Naquele pé de serra eu morava, não me escondia;
Naquele pé de serra eu brincava e corria;
Naquele pé de serra eu criança pequena, me via importante;
Naquele pé de serra, junto aos meus parentes eu vivia;

Era ali o nosso mundo, eu fazia daquele pé de serra o meu mundo;
Era ali que  me divertia naquele pé de serra, um dia em seu cume eu subiria;
Embora fosse pequena, criança, nanica, do pé daquela serra pensei que  jamais sairia;
Eu ali no pé daquela serra quando olhava para o alto, ainda mais me encolhia;
Era ali no pé daquela serra, o meu mundo de fantasia;

Quando descia para o asfalto, quilômetros, léguas percorria;
Longe do nosso pé de serra, o mundo me engolia;
Ninguém me via, embora pequena, sou gente, sonho, anseio e respiro;
Longe da minha casa, distante do meu pé de serra, na cidade eu tudo via;
Tardes de verão, jarra cheia, copos vazios que se enchem, sucos que se deliciam;

Lá de longe com os olhos eu degustava, caju, limão, laranja, sei lá o sabor;
A minha boca de água se enchia, copos transparentes que bebericam, eu ali tudo via;
Quantas vezes na minha imaginação desse liquido eu bebia;
Passaram-se o tempo, hoje madura, experiente, saboreio o suco que a muito sonhei;
Daquele pé de serra, nada restou, tocar o cume da serra, tão simples ficou;

Aquele pé de serra, terras tombadas se transformou;
Um canavial por lá se plantou, nada do meu tempo restou;
Aquele canavial com meu pé de serra acabou;
Hoje o pé de serra só vive na minha memória, onde sempre se materializou;
Pé de serra quantas saudades causou, embora não exista mais, vivo na memoria ficou.


Poema escrito pelo Profº  Rosalvo Silva Filho
  Formado em Ciências Físicas e Biológicas pela Faculdade Profº José A. Vieira
  Latus Sensus em Saúde e Meio ambiente pela Universidade de Lavras
  Formação Acadêmica em Matemática pela Unioesp.

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

O TEMPO É O SENHOR DOS NOSSOS DIAS I

O TEMPO É O SENHOR DOS NOSSOS DIAS I

O tempo foi construindo em minha vida;
Os saberes necessários para que jamais fosse negligente;
O tempo esculpiu em mim;
Os valores necessários para que eu diferencie o bem e o mau;
O tempo me fez entender;
A verdade para ser entendida  basta mencioná-la uma única vez;

O tempo deu-me o necessário conhecimento;
Para entender o que é fato e o que é boato;
O tempo me fez compreender que as leviandades;
Tem necessidade de repetição para beirar a verdade;
O tempo destrói nossos mártires;
Pela ação da propagação das inverdades e perjúrios;

O tempo cria a decepção na sociedade futura;
Quando revela a verdade, que não se quis ver;
O tempo causa esquecimento prévio;
Quando os fatos depõem contra a teoria do caos;
O tempo causa cegueira;
Envergonha o júbilo degredado;

O tempo esconde seu revés;
Oculta suas verdades persistindo na mentira;
O tempo não repara os danos;
Por mais que tente suas desculpas apresentar;
O tempo faz herói tornar-se vilão;
Faz os aguçados embebedarem na fonte da  maldade e  do poder;

O tempo não permite mudar o desfecho;
Mas dá condições aos sensatos para não causar novos danos;
O tempo depura em candura;
Dura pena aos eloquentes, fanfarrões alvissareiros;
O tempo é o senhor dos nossos dias;
Quando  labutar  por justiça, sejais justo;





Poema escrito pelo Profº  Rosalvo Silva Filho
Formado em Ciências Físicas e Biológicas pela Faculdade Profº José A. Vieira
Latus Sensus em Saúde e Meio ambiente pela Universidade de Lavras
Formação Acadêmica em Matemática pela Unioesp.

O TEMPO É O SENHOR DOS NOSSOS DIAS II

O TEMPO É O SENHOR DOS NOSSOS DIAS II


O tempo não ameniza os sofrimentos aos justos;
Se tiveres que provar o gosto amargo do fel;
O tempo oprime o opressor;
Castiga sua consciência tirando-lhe a paz;
O tempo desobstrui todo obscurantismo;
Mesmo que pra isso custe o tempo que custar;

O tempo devolve a razão;
Mas não cura a cicatriz da sisudez do rude;
O tempo constrói conhecimento e exatidão;
Desde que não haja exasperação;
O tempo não nos torna humilde;
Mesmo por que, quem é já trás consigo no seu âmago;

O tempo é duro com aqueles;
Que querem simplesmente dele, se prover e nada provar;
O tempo constrói a verdade;
Transforma a mentira num cardápio de dissabores da alma;
O tempo serve para reflexão;
Só que para isso é preciso deleitar-se em contemples;


O tempo não retoma a fração instantânea;
Mesmo que se arrependa em acionar o elemento detonador;
O tempo causa impassividade ao mentor da barbárie atroz;
O tempo estabelece limites;
Nada do que foi retorna a ser, no tempo presente;
O tempo é inconstante, inócuo, não relativiza;

O tempo é implacável com os seus soberanos;
Toda demanda tem como agente o seu próprio ser;
O tempo é imperativo e presente;
Serve como referencial para o que virá a ser;
O tempo é o senhor dos nossos dias;
Suavize não traga o rancor de um tempo sem paz.



Poema escrito pelo Profº  Rosalvo Silva Filho
Formado em Ciências Físicas e Biológicas pela Faculdade Profº José A. Vieira
Latus Sensus em Saúde e Meio ambiente pela Universidade de Lavras
Formação Acadêmica em Matemática pela Unioesp.