terça-feira, 7 de julho de 2015

LABUTA



LABUTA
A sua vida inteira foi de luta;
A sua historia de vida não é curta;
Logo em seguida a morte da sua mãe decidiu casar;
Aos treze anos se casou, em seguida engravidou;
Nesta ocasião já tinha consigo a sua afilhada;
Criança que passou a ser por ti cuidada.

A tua juventude dedicou aos filhos;
Na tua terra natal, foram seis filhos perdidos;
Decidiram vir de Jequié para São Paulo;
Viagem longa e demorada, realizada no pau de arara;
Trazia na barriga uma filha, nos braços o primogênito;
Na barra da saia a afilhada, bem cedo por ti criada.

A vida longe dos teus familiares;
Prenuncio de dor, luta e muito trabalho;
Muitos filhos nasceram, uns viveram e outros morreram;
Conta com proeza, foram vinte e dois, mais a afilhada;
Onze venceram a morte e lidam com a sorte;
A vinda para São Paulo, destinos incertos e aventura.

Graças ao bom Deus, muita dedicação e luta;
A vida de retirante exige perseverança e labuta;
Os anos se passam, já tem mais de oitenta;
Filhos, netos, bisnetos e tataranetos;
Seus cabelos dourados, face enrugada, corpo franzino repleto de dor;
Ainda não nega um sorriso, nem um gesto de amor.

Corta o coração quando a ouço clamar a Deus,
Sabemos o quanto esta padecendo com as dores;
Osteoporose, implante de haste no fêmur, lordose, escoliose;
São tantos ose querendo ti machucar;
Sabemos o quanto é guerreira, sabe dosar bem a vida;
Não haverá ferida, nem ose alguma pra ti derrubar.

Poema escrito pelo Profº  Rosalvo Silva Filho
Formado em Ciências Físicas e Biológicas pela Faculdade Profº José A. Vieira
Latus Sensus em Saúde e Meio ambiente pela Universidade de Lavras
Formação Acadêmica em Matemática pela Unioesp.

Um comentário:

  1. Minha mãe;
    Minha santa;
    Minha rainha;
    Onde você for;
    Me leve com você;
    Porque sem você;
    Nada mais me resta;
    Não haverá, mais alegria;
    O meu ser, nada é sem você.

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